21.7.10

It's Done.

Cheguei (ao fim).


e sabe bem. Foi uma boa viagem, ora curta, ora longa, ora amarga, ora doce, mas foi uma boa viagem.
Passaram-se desde então onze meses, onze, vezes trinta dias, trinta dias vezes vinte e quatro horas, vezes sessenta minutos. Passou muito tempo, muito depressa. Foi estonteante. Passaram-me mil rostos mantidos no anonimato cada vez que saia entre os passeios do meio dia e os do fim da tarde, e passaram-me mais de mil e um rostos que deixaram de ser estranhos. Houve muitos nomes, muitas palavras, muitos sorrisos, entre alguns gritos, algumas lágrimas, e algumas nódoas negras. De trás ficam todos os que se mantiveram e os que abandonaram a estrada, ou mesmo os que eu abandonei na estrada, ou até os que me abandonaram na estrada. Fica certamente essa estrada tão talhada de botas de caminhada e pés descalços. Ficam as placas na encruzilhada a dar-me as direcções, por onde fui, sempre sem saber onde ia, mas elas continuam lá para me perder novamente.
Cheguei ao fim da viagem destes onze meses, o que não é de todo um fim específico para o resto do que virá, mas é o fim do ciclo.
E bem, cheguei até aqui, há pouco menos de onze meses, deixando os adeus suspensos na atmosfera e percorrendo cerca de 300km de distância para aquilo que seria o novo mundo. Cheguei a esta minha Cidade Encantada ainda com uma ideia de magia na memória, trouxe uma mala preta com o meu mundo todo lá dentro, e na outra mão um macaco.
Depois disto desfiz a mala e vivi o melhor que pude. Não me arrependo de grandes coisas, segui com boa vontade o exemplo que me dava Pessoa, e enquanto isso, foram-me aparecendo outros Pessoa para seguir exemplos, segui-os na melhor consolidação das suas verdades com a minha e cá estou.
Sobrevivi ao primeiro ano, a minha Cidade Encantada ainda está longe de perder o encanto, mas fez-me vê-la melhor. Há onze meses olhava-a com o sol a iluminar-me a vista, agora, olho-a à luz natural do dia, e vejo-a bem.
Ao final, não sei se sou alguém melhor, não sei se engrandeci a sabedoria pessoal, nem sei se estou mais sensível ao quotidiano, mas sei que esta foi a minha estrada, e por mais buracos que tenha no alcatrão não deixo de a percorrer.
Cheguei à fronteira: e apresentam-se-me duas tabelas, uma segue para sul, a outra segue para onde a estrada me levar.

A esta, acho que sei a resposta...

1 comentário:

  1. sim, sabes a resposta. onze meses. parece pouco. mas é muito. e passou tão rápido. ainda bem que os aproveitaste. eu fico feliz por ti. muito. tu sabes. <3

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