25.10.11

Da janela do meu quarto, vejo os portugueses de Lisboa, que são tudo menos portugueses, embora sejam de Lisboa. Lisboa é esta cidade una que vejo da janela do meu quarto. Este quarto em cores suaves portuguesas de um Portugal tão internacional como a alma dos que cá vivem. Depois penso, do cimo da janela do meu quarto, este quarto como os outros, que não há fronteiras que nos agarrem, a mim e creio ao meu quarto que penso, já ter albergado um número infindável de gentes que nunca chegarei a conhecer. Depois de pensar nisto vou à cozinha, aqueço água para o meu café e volto ao quarto. Tenho um trabalho a meio que está parado à mais de meia hora, que se nega a ele mesmo, como a minha inspiração à escrita. Não nego que sou estudante, universitária, nem nego o descontentamento me que invade quanto à academia mas, estou em negação quanto à escrita. A escrita é neste caso como as pessoas de Lisboa, que são de toda a parte menos de Lisboa propriamente dita embora sejam portuguesas de um Portugal por aí. E eu, aqui da janela do meu quarto que, vejo Lisboa com os seus lisboetas e as suas janelas de várias cores, entristeço-me com a falta de vontade de escrever e enquanto espero algum banho de inspiração sonho com um bocadinho da Europa que me está ali tão perto... Depois, fecho a janela do quarto e ponho-me a viajar e toda a integridade dos meus olhos são viagens por fazer. O meu trabalho, espera ser (re)lembrado. Não nego que serei estudante para sempre enquanto viajo com a cabeça, embora mantenha os pés sempre no mesmo sítio.

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