19.6.12


Jogo as últimas cartas que tenho «no jogo onde nunca ninguém ganha». Depois disto, nem mais cartas, nem mais energia para jogar.
Leio os últimos parágrafos que alguém, mais inteligente que eu, escreveu. Histórias do passado, deixem-nas estar.
Passo os olhos pelas mesmas folhas outra vez, vejo as mesmas frases, será que ainda percebo alguma coisa do que está escrito? Se calhar já não. Que não me pese a consciência: volto a ler. 
Dói-me a cabeça. 
Leio outra vez as coisas que os outros escreveram, não sei quem foram, não me interessa. Também não interessa o que penso: só interessa que abra aspas e transcreva o que os outros escreveram. Ideias dos outros que pus na minha cabeça - porque já não tinha energia, mas porque não querem que a tenha. Vou fazer citações ao que os outros escreveram.
É-me indiferente se não querem que eu pense, ou até a revolta disso.
Jogo as últimas cartas, jogo-as ao ar.
Neste jogo ninguém ganha. 

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