21.2.13

as minhas histórias #6


Eu vivo numa história sabes? Há dias que parece mesmo que vivo numa história, daquelas dos livros, daquelas dos livros que lias em criança, com os heróis e os vilões, com as princesas e os reis e com a bruxa do outro lado da porta. Podia até começar assim: 
Era uma vez... Num reio mesmo muito longe, ao lado de um mar mesmo muito frio e a norte, muito a norte, um castelo com portões azuis. Nesse castelo viviam quatro princesas, a princesa nova, a princesa boa, a princesa menos boa e a princesa grande. Também havia o rei, mas naquele dia tinha ido viajar ao reino dos brioches. Às segundas aparecia a primeira Aia, tratava da contabilidade do reino e dos ordenados e bebia seis latas coca-cola por dia, nunca bebia água, ou chá, ou café. Às quartas aparecia a segunda Aia, vinha de bicicleta (daquelas com um cestinho à frente), falava com aquela pronuncia de quem vem do reino dos brioches também. Às vezes e sem dia certo para aparecer, lá aparecia o pajem, um individuo magrinho e inteligente que fazia o design das mensagens do rei. Dentro da categoria das princesas a princesa nova e a princesa boa eram as minhas princesas preferidas, a princesa boa era a melhor princesa do mundo, e a princesa nova era quase tão boa como a princesa boa mas menos um bocadinho. A princesa grande era a princesa que tratava dos bailes importantes, conhecia todas as outras princesas, rainhas e reis mas parecia nunca se lembrar dos nomes de nenhum, só dos vestidos e roupas que traziam. A princesa menos boa não era nada de especial, era só uma princesa que não era boa nem má mas também nunca me importei com isso. Havia também a bruxa, morava na porta azul ao lado, era muito assustadora, às vezes ia ao nosso castelo beber café, mas desaparecia quase tão depressa como aparecia. Depois havia dias em que chegavam vindos de outros reinos muito longe, nas suas carroças com muitos cavalos, os bobos para animar a corte. Traziam todos aqueles panos coloridos e voavam pelos ares e uma pessoa ficava assim perplexa a olhar para eles a fazerem aquelas coisas todas. Ainda no outro dia tinham chegado os bobos do reino dos maus e da massa e os bobos do reino do homenzinho de verde, oh, como eram divertidos, voavam mesmo no ar e conseguiam mesmo saltar tão alto mas tão alto que nem os olhos os alcançavam de tão alto que iam. Às vezes neste reino, a princesa boa trazia bolos e dava-os a toda a gente. A princesa boa estava sempre a trazer coisas doces. Eu gostava mesmo da princesa boa, ela era mesmo a melhor princesa de sempre. E às vezes o rei fazia aquela cara de mau, mas no fundo era um amor de pessoa. Eu vivo nesta história, e às vezes fico a olhar para mim e a pensar como esta história é bonita, e como não quero sair da personagem. 

2 comentários:

  1. a prima da quinta princesa21 fevereiro, 2013

    então e a quinta princesa? aquela aventureira que veio de um reino distante? :)

    ResponderEliminar
  2. Talvez exista na tua história :)

    ResponderEliminar