HxC

"Atmosfera citadina ... Todos acabamos por respirar o seu fumo negro: stress, poluição! Sonhos pisados, conduzidos a rotinas escravas. Trabalho precário, oportunidades escassas, portas fechadas, todos filtramos na cidade ganancia, crime, violência, injustiça. Horas perdidas no parlamento sobre retóricas vazias e politicas cegas. As pessoas vão-se sujeitando, vão-se conformando com os tempos mas a verdadeira condenação é o silêncio ... Muitas pessoas acabam mesmo por ser consumidas por ele. É perante este cenário que nascem sub-culturas, movimentos, gritos que quebram o silêncio, o conformismo, a inércia, mas perante todas as sub-culturas urbanas que me envolviam, uma cativou-me. Uma sub-cultura que nasceu nos finais dos anos setenta na realidade americana: o Hardcore. Portugal adoptou esta sub-cultura, a sua tradução mais fiel é Nucleo Duro."

Sub-cultura, Hardcore. União, demonstra-se uma palavra adequada, família compõe uma outra.
Hardcore. Uma cultura, uma ligação indescritível que os leva, que os vive, que os ouve.
Hardcore é por sinal um dos movimentos mais duros que tive o prazer de conhecer, talvez seja mesmo um dos movimentos mais perturbadores que vi, perturbadores no sentido de que não se olham a boas falas, não se conjugam bons verbos, e as interpretações exteriores são para quem as quer engolir e para quem não as engole tão bem, é dito o que é pra se dizer, ponto final. É isto que muito folgo nesta sub-cultura, vendo por fora e pouco conhecendo por dentro, o que me cativa são os gritos do Ipiranga que toda uma massa se esforça por passar.
O resto não me cabe a mim definir, como em tudo há o bom e o mau, eu, no que me resta da minha sabedoria, limito-me a descrever o que oiço cada vez que lá entro.
E os moches só são para quem quer ;).