25.9.09

09.10

é impossível explicar por palavras, por acções, por gestos, é incomensuravelmente impossível explicar por qualquer que seja o meio, bom ou mau.
mas é possível sentir.
é possível estar vazia, este vazio,
este espaço livre existente entre mim e o mundo agora,
quando não estou,
quando não estão,
quando nada há mais que matéria imóvel à minha volta.
quando não vos há é incompleto.
é impossível compreender a olhos nus, não se vê, não se toca, não se aceita, não se entende.
não sabe quem não vive, se não vive não sabe.
mas aqui,
naquele sitio,
naquele espaço;
imagens, cores, formatos e feitios.
capas pretas.
capas pretas. história. amor. viagens. ideias.
não sabe quem não sente, e pra sentir é preciso viver.
ali vivo agora, como sempre.
ali vivo, à pouco tempo é certo, mas assim como eu não sou do tamanho da minha altura, também não sou vagabunda dum tempo que nada tem de importante.
temos tempo.
muito tempo.
eu tenho tempo, aqui, ali, lá.
cidade.
ruelas. avenidas. monumentos.
arte. iluminação.
quem entende o meu dizer, é gato, é cão?
encontrei um espaço, que não estava vazio, encontrei uma casa que não era branca, e onde pessoas com meias às riscas podiam entrar, encontrei um novo mundo que em vez de azul era verde, e esta é a melhor sensação do mundo.
hoje sinto.
amanhã não sei.
e assim me encontro sem me perder.

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