15.10.10

desamor

E de repente dizem-te: "Tenho saudades tuas". e tu respondes como quem não percebeu bem o sentido gramatical da expressão: "saudades minhas?" e quando te justificam o porquê das saudades, até pode ser que te nasca uma certa nostalgia do passado, uma certa nostalgia carinhosa, mas independentemente de todo esse sentimentalismo, no fundo desejavas de facto que quem tivesse saudades tuas fosse outro alguém. Não sabes se ai as saudades seriam mais verdadeiras ou menos verdadeiras, mas pelo menos já era um bom engano para te ires contentando com o passar dos dias. Assim ficas-te só pelo um simples, que não é simples "tenho saudades tuas" e pensas cá para ti: "e o que que queres que eu faça com as saudades que tens minhas? - tivesses esperneado por mim, tivesses gritado o meu nome, tivesses corrido atrás de mim, tivesses parado o trânsito, tiveses lutado... Tivesses estudado." E assim ficas com o mesmo sem vontade que tinhas quando se deu o dialogo, tivessem sido os tempos outros, e não estarias tu agora a desejar que quem tivesse saudades tuas, não as têm na verdade. E quem as têm já não têm grande significancia, e andarás sempre assim, desejando sempre outra coisa ainda, essa coisa que sempre soubeste tua, mas nunca a chegaste a alcançar, vá-se lá saber porquê... a vida têm destas coisas. Mas sorri e ergue a cabeça, as pedras da calçada não merecem a tua atenção, já dizia a Margarida em Curtas Metragens.

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