8.11.10

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Amanheço na penumbra do meu tea e fecho os olhos enquando o bebo suavemente. Sinto-lhe o sabor. Muito próprio, muito galante, muito seu. Engulo os tragos da melancolia azeda que sinto no enlevo do líquido que bebo meio fuchia meio escarlate meio incolor. Sabor novo, penso, equanto lhe vou findando a existência. Sempre me envolveram estes prazeres; o beber, o saborear, o recordar. E sobre a tormenta que me faz a calle lá fora, cheia de lágrimas e humedecida por alguém lhe ter chorado em cima, reconforto-me no prazer da minha cadeira pouco confortável e do meu chá quente. Agora sim, sinto-me própria, aqui, ao sabor deste chá e desta canela. Fecho os olhos e passou, já não importa mais, tenho o corpo quente e estou tranquila. Até quase que sinto a pátria fria a percorrer-me o sangue.

3 comentários:

  1. lembrei-me agora daquele texto que escreveste sobre o chá.

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  2. mas que lindas palavras. muito bom mesmo!!
    ZJ

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  3. Fico muito grata pelo cumprimento, ZJ. Quem quer que sejas. Obrigada.

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