28.7.11

Olá Emília,
Como estás? A vida e por aí fora? Como vai a pele? Os olhos? As mãos? A língua? O corpo?! Ainda consegues falar?! Andar? Correr? De que cor vês o céu? Mostras os dentes quando sorris?! Já caíste dos sapatos abaixo?! Se não, como se cai?!
Olá Emília,
Como estás?! - Tem chovido?! Nevado?! Tovejado dentro da tua cabeça?! - Sim?! - Continua a ler.
Olá Emília.
És uma princesa, acredito sinceramente nisso. Sinceramente digo, com todas as minhas convicções. Sinceramente. Mas, perderam-te o brilho, o mundo, digo.
Olá Emília, falta muito para voares?! - Sim?! - Continua a ler.
Olá Emília, minha boneca de trapos, estás completamente esfarrapada. Quem te esfarrapou?! Porque o fizeram?!
Já não consegues falar. Há quem brilhe mais que tu, querida Emília.
Logo tu que vias o mundo a essa tua maneira, tão tua, tão própria, tentaram, e logo a ti, mostrar-to de outra, não te masses tentando mudar a cor que os teus olhos vêem, ver com outros olhos, que não esses, não faz, sentido nenhum.
Querida Emília, estás longe. E já não te reflectes nas estrelas. Desististe?! - Sim?! - Continua a ler.
Tenho conhecido princesas tão mais qualquer-coisa que tu, tão mais isto, tão mais aquilo, tão mais o outro e todas as outras coisas, e tu, afiguras-te somente assim, nesse teu jeito tosco, alegre, disponível, amedrontado. Nesse teu jeito, próprio, desarrumado e revoltoso.
Minha querida Emília, queres a verdade, desde quase sempre, é a única coisa que procuras, e tem sido a única que não tens encontrado, de tanta coisa que já encontraste. A verdade. Logo essa. Sorrateira complicação.
Tenho pena, querida Emília, tenho pena, mas loucos ainda continuam a amontoar-se nas estantes das salas comuns. E a verdade, essa, tem tantas caras...
Boa Sorte.

1 comentário:

  1. E as saudades que eu já tinha de te ler. Hoje, por acaso, vou rever o Prisioneiro de Azkaban :)E tu devias por umas cenas aqui para podermos partilhar pelo facebook, que às vezes apetece-me e não tens :P

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