3.11.11

Se alguém me visse agora dir-me-ia que a minha figura afigura ridícula. E eu, concordaria. A verdade é, que existe uma certa margem para o sentido estético dentro de casa, não só dentro da minha casa, mas acredito, ou pelo menos, quero acreditar, que existe o mesmo sentido das outras casas (é uma ideia que não me deixa ficar assim tão mal). Penso nisto pois indo à cozinha preparar o meu chá, fazendo um intervalo aos critérios de aprendizagem ainda mais ridículos que incutem aos estudantes académicos, deparei-me com a minha figura (estética) perante o espelho do corredor, que com franqueza até a mim me fez impressão. A verdade, é que, chegando a casa o meu maior desejo é tirar os sapatos e encontrar uma certa fluidez de músculos que as calças de ganga não permitem, acontece que indo ao encontro da fluidez de músculos e indo ao encontro de manter os músculos quentes, existe uma busca por blusas, mais casacos, mais meias, mais encharpes que como é para casa, desde que tenham a forma de casacos, blusas, meias ou encharpes, não se liga a padrões. Ora, nesta linha de pensamentos, deparei-me com a imagem assustadora de um casaco às riscas, com umas leggins um tanto ou quanto cubistas (que numa primeira vista apostava terem sido pintadas por Picasso) mais umas meias às bolinhas e uma encharpe leopardo. Ainda assim não é que os tons variem muito entre o preto, o branco, o vermelho e o cinzento, contudo, dá-se em mim uma confusão de sentidos tão irreal que só parece ser explicável comparando-a à confusão do meu cérebro neste mesmo momento. O pior, é que se a comparação da estética da minha roupa for relativamente idêntica à do meu pensar, que nem uma nem outra têm conexão nenhuma, tudo em mim virou um Texas qualquer, pois tanto nos padrões da roupa que trago, como nos contextos da minha cabeça, tudo o que significo é desordem. 

1 comentário:

  1. Mais uma vez te digo que, a meu ver, não significas desordem... Significas peculiaridade. Li o texto ontem, quando cheguei de um trabalho na Ilha do Farol, e reli-o agora mas mesmo assim continuo a não conseguir comentar nada de jeito. Um beijo minha querida *

    ResponderEliminar