3.3.12

acordei a pensar o que nos move a amar(-nos). qual é a verdadeira metafisica que transcende tudo e nos leva a tal lugar e, nos faz parar de respirar só para estar nesse lugar. acordei a pensar o que era o amor-de-amar-alguém, e dei voltas em círculos a tentar (re)encontrar nas minhas próprias memórias como foi que amei, onde foi aquele primeiro impulso que transformou todo o meu sentir. como foi que amei? cruzo memórias, cruzo palavras, cruzo pessoas na minha cabeça e não consigo descobrir onde se esconde a metafísica. 
se decidir ir por uma rua e não por outra, posso encontrar nessa rua a asfixia própria de quem se apaixona, porém, se tivesse escolhido ir pela outra rua, poderia nunca ter-me asfixiado. e se assim é, será justo dizer que escolhemos o nosso destino ao sermos donos das nossas escolhas próprias? ou, estaremos para sempre pré-condicionados a essas escolhas, que estarão à partida já "escolhidas" por obra do acaso, sendo que dessa forma a asfixia própria de quem se apaixona não passará apenas de um "destino" próprio já determinado?
acordei a pensar o que é o amor, o que nos move a ele, o que nos faz escolher uma coisa no meio de uma infinidade de possibilidades à nossa volta. acordei a pensar quem éramos, o que éramos, como éramos e, depois, pensei no amor. Na verdade, acordei a pensar em ti, e no amor em que te envolvo que veio por acréscimo a esse pensamento. dei mil voltas à cabeça a pensar como teria esse amor acontecido, lembrei-me da metafisica mas não a encontrei nos escolhos das minhas saudades, nem o dia em que deixei de sonhar contigo, que passou tão rápido como o dia em que me apareceste num sonho. acordei a pensar em ti, o amor veio por acréscimo a esse pensamento, cá de longe, de tão longe que nem o meu amor te lembra o amor que antes me tinhas. acordei a pensar em ti e no amor que vinha por acréscimo, mas à hora de me deitar, pensarei apenas no amor e na asfixia que está já acrescentada... 

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