10.4.12

no seguimento disto, que não foi mais que um capricho meu, isto (que não é nada mais que outro capricho meu):

Ouvir o vermelho das papoilas;
e fugir sempre para voltar aqui.
as viagens, os medos, os sonhos,
cheiram a tostas quentes pela manhã
e ao copo de leite quente bebido ao adormecer.
Vamos fugir, vamos fugir para voltar,
encontraremo-nos pela manhã.


Corremos em círculos para fugir de nós.
À nossa volta, olhos doces espelham medos,
os nossos, os próprios, os derradeiros.
Não seremos mais que carroceis às voltas,
nas manhãs de sábado em que comemos tostas acabadas de fazer,
como quem pede para fugir sempre.
voltar, não voltar?
Ficar para partir.
Como uma criança que come bolachas de chocolate
como a criança do Pessoa que comia os chocolates sem bolacha.
Como nós, como nós a beber chá, inglês, chinês, o que for.
Como nós, cães, como nós,
E haveremos de morrer sufocados em flores,
naquela que foi um dia a utopia.


(um leve agradecimento aos 'participantes' deste qualquer-coisa-poema, foi giro) *

1 comentário: