8.4.12

uma Estrela no universo.


«nunca te esquecerei cão, eu nunca esqueço os que partem» diz a Lilo pró Stitch. 

Eu digo o mesmo, que nunca te esquecerei cão, que chegaste cá no meio de uma realidade turbulenta e eu era pequena. Não fiquei contigo durante toda a tua vida porque a minha não me o permitiu, mas durante a parte da tua vida em que estive ausente, nunca te esqueci cão. Alegrava-me quando ao chegar vinhas a correr para mim, como se não tivesse passado tempo nenhum, como se eu ainda fosse pequena contigo nos braços, mesmo que se te metesses em duas patas fosses quase da minha altura. nunca te esqueci cão, quando estive longe, como sei que tu me recordavas quando eu estava perto, quando saltavas para cima de mim com a cauda a abanar e quase me derrubavas. a minha genética sempre me impediu de estar perto de ti, mas o amor que te tinha sempre contrariou a minha genética, fazia-te festas e a minha pele era um carrossel de comichão, fazia-te festas e a minha pele gritava por água, mas a tua cauda a abanar reconfortava-me a vermelhidão da pele, que eventualmente acabava por passar, mas o teu sorriso e os teus olhos a brilhar, oh, esses não passavam nunca, e isso enchia-me de felicidade. Agora, cheguei de novo, depois de muito tempo, ainda te lembravas de mim, sempre te lembraste de mim meu amor de quatro patas, e eu que nunca te esqueci, fiquei feliz por te ver de novo. Mas desta vez andavas devagar e os teus olhos estavam tristes, a tua cauda deixou de abanar, ias morrer querido fiel amigo de quatro patas, ias morrer, e eu não te pude ajudar. Vais ter de morrer e eu não te posso ajudar. Quer a Mãe Natureza que morras, quer o Universo invejar-te para te ter com ele, e eu impotente, não posso fazer nada, vou-te ver morrer, como vi os teus olhos perderem o brilho e a tua cauda, outrora alegre, deixar de abanar, não correste para mim, ficaste apenas à minha espera, até que te fiz uma festa com o coração apertado, vais morrer meu amor de quatro patas, e eu não posso fazer nada para te salvar desse fim, vais morrer cão e eu nunca te esquecerei, nunca esqueço os que partem. 

Sem comentários:

Enviar um comentário