24.2.14

Tenho vinte e dois anos e trezentos e sessenta e três dias. a este exacto momento da escrita, a minha existência é uma capicua. E se a vida por mim passar, a partir deste momento em que nunca mais terei vinte e dois anos e trezentos e sessenta e três dias de vida, e me tornar amarga na acidez dos seus dias, e tudo em minha volta for apenas vil, lembrem-me que outrora vi o belo, amei e fui feliz. Lembrem-me que em dias como hoje, deitei-me em paz, e senti que fiz o bem, e talvez até, por um breve e fugaz segundo, tenha acreditado deixei o mundo um pouco melhor do que o tinha encontrado esta manhã quando me levantei. Se acaso, a partir deste momento, deixar de ter o prazer doce da minha juventude, e deixe de existir selvagem dentro da minha própria imaginação, lembrem-me que o hoje valeu a pena. E por tudo quanto fui, não me deixem morrer o olhar dos meus vinte e dois anos e trezentos e sessenta e três dias de vida, este com que olho o mundo, e com que acredito que em todas as novas alvoradas, me impele o sonho e a vida.   

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