22.4.12


Este fim-de-semana, casei-me com o Arthur Miller. Já vinha a arrastar o inevitável e, ainda está para durar. Este fim-de-semana, não fiz mais que dedicar todo o meu tempo, atenção e inteligência a esse casamento que era inevitável; não correu mal, consegui até superar espectativas, as minhas, claro. Depois do Arthur Miller e, pela semana em diante, casar-me-hei com o Godard e o Panahi. Terei de deixar o Fred Astaire e o Vincente Minnelli em stand-by, pois, como sou mulher de muitos homens, as 24 horas do meu dia ficam bastante condicionadas à atenção que cada um requer de mim. Logo aqui estão 5 homens que fazem parte incessante da minha vida; quatro dos quais, já mortos. 
É ainda assim engraçado quando me perguntam o porquê de eu ser solteira, com indignação. O que eu não percebo na pergunta é mesmo a indignação com que ma fazem. Ora, qual é o porquê de eu ser solteira? Já disse, sou mulher de muitos homens, a maioria dos quais, já mortos. Qual é o porquê de eu ser solteira? Não sei, perguntem aos que me deixaram solteira, eles sabem melhor que eu. Mas se me perguntarem qual é o porque de eu ser solteira, com indignação, eu responderei que sou mulher de muitos homens; a maioria dos quais, já mortos. É por isso que sou solteira, eles morreram, todos, até os que estão vivos.

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