Le fou aller à Montmartre

Fico mesmo fodida quando as pessoas não sabem estar. O «saber-se estar» parece-me ser já um dom inacessível à massa populacional. E isto, fode-me imenso. Ter classe, sobre o meu mísero ponto de vista, não é usar roupas de marca e ter um cabelo bonito. Ter classe é saber estar. Em qualquer situação. Depois assusta-me a massa juvenil actual; que vinda não-sei-bem-de-onde parece que sofreu um qualquer retrocesso educacional, nomeadamente, o «saber estar» terá passado completamente ao lado na base da construção da personalidade algures à 10 anos atrás. Digo isto com base na experiência própria de frequentar a  Faculdade que frequento, apesar de ser considerada «liberal», me continua a chocar nas atitudes e nos valores que a massa que a integra apresenta. Ou, terei por outro lado, vindo do Séc. XIX tendo andado enganada este tempo todo? Sinceramente, fico mesmo lixada quando vejo certas atitudes. Depois apetece-me rir, dada a indignação que alguns seres me apresentam. Apetece-me rir porque chegámos ao ridículo de pessoas sem dois palmos de testa se acharem no direito de serem contestatários. Nada conta a contestação, nada mesmo, sou muito a favor dos direitos de cada um mas, é triste, é muito triste que alguém com uma extrema falta de «classe» se ache no direito de contestar alguma coisa. Depois acho triste o sítio para onde a sociedade nos está a levar, um sítio sujo, vil, rude. A construção de uma sociedade sem valores, sem respeito ao próximo, sem cortesia. Uma sociedade que cria pessoas tristes e tristes com elas próprias, centradas para elas, num individualismo extremo, porque já não há  crença na humanidade. Eu, também não a tenho, perdi-a algures nos últimos anos, os mesmos quando entrei para a Faculdade. Sim, talvez tenha perdido a crença na humanidade, nessa altura. Quando me apercebi que a educação que me deram, foi uma educação baseada na partilha, no amor ao próximo na entre-ajuda. Devo ter perdido a crença na humanidade nessa altura quando percebi que a aparência era mais importante que o respeito e que os cargos eram mais importantes que a cortesia. Devo ter perdido a crença na humanidade nessa altura quando percebi que o mundo que me ensinaram a ver estava muito longe do mundo que via... Sim deve ter sido ai, quando ao ver, reparei...