16.9.12

à medida que te aproximas dos quatro anos vais, aos poucos, deixando de me fazer sentido. talvez sejam as voltas repentinas num mundo vil e inconstante, que tem trazido a mudança (nem sempre boa). 
volto aqui todos os dias e as vezes em que não tenho nada para escrever ultrapassam a inspiração de outrora. As coisas tem estado ocas, pobres. Uma pobreza de espírito e de crença que ao enfraquecer-me, me tem feito afastar de ti. A esta altura, os sonhos já foram muitos e muitos que continuam lá, aqui, entre nós os dois, sempre disfarçados nas entrelinhas de uma escrita anónima mas conhecida. 
à medida que te aproximas dos quatro anos, vejo-me cada vez mais longe de ti. Não gosto desta sociedade presente, não gosto da forma como abusa de todos os recursos emocionais que temos, não gosto de como na luta que travámos, me fez desistir de escrever. E vejo-me cada vez mais longe de ti. Penso no que será importante, uma amargura entre a arte como espírito e a arte como produto, estou acorrentada aos dois. Às vezes a arte é feia. Às vezes somos todos monstros. Às vezes não consigo escrever. E estou cada vez mais longe de mim, à medida que te aproximas dos quatro anos. 

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