7.1.14

I don't want to be loved very much. I want to be loved.  
tenho uma (in)capacidade estúpida para amar. nada dentro da minha cabeça é nunca simples, nada é nunca autêntico. em tudo vou arranjando mesquinhices, pormenores pequenos, vivo nesta ânsia de arranjar explicações para a razão de gestos, respirações, olhares que nada têm que analisar. Tenho uma (in)capacidade estúpida de amar, não porque não tenha amor, mas porque tenho medo se ser una. em dando a totalidade de mim, em exaltando a embriaguez desse sentimento, em extraindo a máxima das emoções, em abrindo o espírito, e ser um todo, fico nua. Essa nudez do espírito é o que me amedronta. 
Tenho-me cruzado com alguns sonhadores, aquele tipo de corajosos que se deixam amar e que amam em plenitude. Invejo-os. Lançam-se assim ao precipício, sem medos, sem hesitações, e antes de caírem pela ravina obsoleta das emoções são agarrados por outro que os alcançou no mesmo paralelo. Fundem-se então, passam a ser um dois no mesmo um, e é belo. 
Jamais me esquecerei de como o Stefan olha para Christine, de como o João fala com a Carla, de como o Joannes toca na Júlia. E de como eu olho para eles todos e lhes sorrio levemente por haver pessoas assim, que se dão a este luxo de amar tão verdadeiramente, tão despreocupadamente, tão unicamente, que não há amanhãs, nem mundo, nem realidades. São formas de amar tão profundas, que nem as consigo alcançar dentro do meu entender. E é quase difícil imaginar que ainda existem amores assim, mas existem, e a culpa não é da Disney, nem de Hollywood. A culpa é dos racionais, dos medricas, dos inconformados, dos que não têm tomates para assumir o amor, dos que têm medo de cair mais uma vez, dos que não acreditam. E é por isso que só tenho três histórias para contar. É por isso que só tenho o olhar da Christine, o sorriso da Carla, e a leveza da Júlia, quando podia encher livros e livros de histórias de amor bonitas. A culpa é dos que não acreditam, puta que vos pariu. 

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