10.7.13

a Carla acredita no amor. rege-se por ele. pratica-o em todas as coisas. vive para amar, os detalhes, os momentos, os outros. a Carla, é a única pessoa que poderá acreditar no amor na sua forma mais pura, porque é uma crença sincera. ao contrário da Carla, eu vou tentando acreditar no amor. não é no entanto uma crença indestrutível. às vezes acredito, às vezes não. é uma crença frágil e perturbada. o amor consegue despertar o pior que há em mim, quando o melhor já se gastou. e por isso tantas vezes o desacredito. o amor é bom, as pessoas é que são más. deviam-nos ensinar isto logo em pequenos. ensinaram-nos a acreditar que devemos amar toda a gente ao invés. não devemos, devemos sim amar quem nos faz bem. os outros que não nos fazem bem, são só como os dias de chuva em tempo de Inverno. às vezes necessários. eu quero acreditar no amor, mas não quero amar toda a gente. a gente faz-me mal. o amor é bom, quando é sincero, quando não tem jogos, nem segundas leituras. o amor é bom quando é simples, quando se gosta porque sim, sem ses, porquês e afins. o amor é bom quando é amor, quando é mais que isso é mau. depois há dias em que naquela fracção de segundo, os meus olhos encontram os de um desconhecido, e em cada instante me apaixono. o que falta não é amor, é amar. 

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